Bitcoin e criptomoedas - o que são?

O conceito mais disruptivo do século XXI divide opiniões e cria expectativas


Provavelmente você já ouviu falar de Bitcoin em algum momento. Muitas pessoas o veem como uma tentativa irreal de substituir o dinheiro da forma que conhecemos hoje. Muitos também consideram os conceitos por trás da moeda digital a base de um futuro inevitável.

Mas afinal, o que é Bitcoin, e como funciona?

O Bitcoin é uma criptomoeda, uma forma de dinheiro eletrônico. O criador, ou grupo de criadores, sob o pseudônimo Satoshi Nakamoto, publicou seu whitepaper (uma espécie de manual) em outubro de 2008 e, em janeiro de 2009 foi criada a rede do bitcoin, e feitas também as primeiras transações.

A proposta do Bitcoin é ser uma moeda digital que permite transferências e pagamentos diretos de um usuário a outro, sem intermédio de nenhuma instituição, em qualquer lugar do mundo. As transações são registradas numa rede de dados descentralizada, com uma tecnologia de criptografia chamada blockchain. Nessa rede, os usuários tem acesso a todos os registros das transações anteriores, e os dados registrados não podem ser alterados, pois eles são validados em todos esses blocos, tornando a rede segura e rastreável.

Os dados e registros do Bitcoin são descentralizados
por milhares de máquinas (Foto: dreamsite.com) 

Após o Bitcoin, surgiram diversas outras criptomoedas com uma variedade de protocolos e finalidades, como o Ethereum (contratos inteligentes) e a Polkadot (operações entre diferentes blockchains). Hoje, de acordo com o portal coinmarketcap.com, existem mais de 20 mil criptomoedas e tokens, tendo 260 dessas valor de capitalização de mercado (valor investido) superior a 100 mil dólares.

Qual a diferença entre criptomoeda e token?

Uma criptomoeda é uma forma de dinheiro digital, que pode ser utilizada para negociação de bens e serviços. Geralmente possui sua própria rede criptografada.

Um token é uma representação digital de algum ativo (algo que pode ser comprado, ou trocado, como um objeto virtual) em alguma blockchain.

foto: unsplash.com


Desenvolvimento, incertezas e resiliência

Com o passar do tempo, o Bitcoin deixou de ser utilizado apenas por entusiastas de programação e criptografia, e até hoje vem ganhando popularidade e superando crises econômicas, como a crise causada pela pandemia de Covid-19. Em alguns casos, como na Ucrânia após a invasão russa, é até considerada uma alternativa, com a decisão do Banco Central do país em fevereiro deste ano de limitar o saque da moeda oficial e bloquear a retirada de moedas estrangeiras.

As criptomoedas, no entanto, seguem sofrendo severas críticas por não haver regulação, podendo estar sujeitas a manipulação por parte de grandes investidores, e pelo grande consumo de energia necessário para que os computadores executem as transações, no caso do Bitcoin e outras criptomoedas que utilizam o mesmo protocolo de consenso (proof-of-work, que consiste na resolução de um problema matemático por tentativa e erro, exigindo grande esforço computacional).
 
No meio de incertezas e muitas oscilações, sobretudo em épocas de crise, o Bitcoin caminha para seus 14 anos de existência mostrando seu potencial e maturidade. Impossível saber o que ocorrerá no futuro, mas é inegável que os conceitos envolvidos nas criptomoedas e em finanças descentralizadas levaram o mundo a conhecer um nova e promissora possibilidade de sistema financeiro global.


Porque o Bitcoin é considerado o ouro digital? Quantas vezes o Bitcoin já "morreu"? Além das criptomoedas, como funcionam os ativos digitais? Como comprar, vender e guardar criptomoedas e tokens? Ainda vamos falar muito sobre esse assunto nos próximos textos. Até lá!